Bem Vindos a Casa das Bendittas
Quem Somos
Há tempos eu me perguntava sobre a melhor maneira de aliar minhas habilidades manuais à fluência criativa, em benefício de um propósito que fosse além do comercial.
Criar arte em tecido é uma das maneiras mais divertidas que descobri para semear beleza à minha volta. Aprendi muitas técnicas com minha mãe, Dona Sinhá que, por sua vez, as aprendeu com sua mãe, minha vó Zizi, num encadeamento de cumplicidade e beleza que se perde nos registros da nossa história. Gosto de imaginar cada uma das que pisaram esta estrada antes de mim como generosas portadoras de um foco de luz, sua contribuição para que eu possa ir um pouco mais longe do que elas próprias alcançaram. O meu empenho em pesquisar possibilidades, exercitando esses dons, foi pavimentando a estrada que me conduziu até aqui. Vou criando bonecas, bordando sentimentos, costurando palavras, e assim pretendo honrar a todas elas, ao tempo em que deixo meu legado a quem vem depois de mim.
Como se pode notar, neste trabalho eu alimento o meu coração. Que essas criações possam também nutrir o seu, é o que eu desejo. Pois, se a gente faz arte em pano, é porque não nos ocorreu outra maneira mais deliciosa de compartilhar o sagrado, vestido de alegria.
O que se faz aqui
A meditação é a minha grande parceira na criação e produção de tudo o que é concebido aqui na casa das Bendittas. O Propósito, que dá sentido ao que aqui se cria, enlaça as Bendittas e a mim, sua parteira, com igual intensidade. A intenção é que cada objeto possa ecoar a certeza de que o mundo pode ser melhor e de que somos capazes de contribuir para isso, se essa for a nossa vontade.
Tendo em mente esse objetivo, atualmente são criados aqui as Bendittas, Bendittos, as Velhas, os Orixás, as Fadas e os itens ligados à iconografia do Brasil e de Brasília, além de peças ainda mais conceituais.
As Bendittas são mulheres de pano, com braços e pernas articulados e rosto bordado à mão. Elas podem variar a posição em que estão sentadas, destacando a sua feminilidade, uma vez que sua modelagem busca incessantemente a semelhança com um corpo de mulher. Elas refletem o universo feminino em sua deliciosa multiplicidade, nas mais inesperadas nuances. Podem ser jovens ou idosas; brancas, morenas, negras, enfatizando que toda mulher tem seu aspecto da beleza para expressar. Algumas delas trazem um bebê no colo, ou mesmo amamentam. Cada Benditta traz, desde o primeiro esboço, um tema da vida, como uma semente , como Felicidade, Saúde, Prosperidade… A proposta é que a boneca carregue consigo a capacidade da relembrança. Por exemplo, se Benditta Felicidade chega à vida de alguém, leva consigo a missão de relembrar a esse coração a própria capacidade de acolher as oportunidades de ser feliz, de espalhar felicidade à sua volta, etc… Quase uma centena de temas foram contemplados. Mas, embora eles se possam repetir, cada boneca é única e, também por isso, muitas pessoas buscam compor a sua coleção particular de Bendittas. Estarei aberta à sugestão de um novo tema, se você trouxer.
Bendittas às vezes também são portadoras de nossa gratidão pela presença inspiradora em nossas vidas. Nessa direção, já foram criados diversas releituras de Frida Kahlo, Sophia Loren, e outras. Em especial, destacamos o casal criado em homenagem a Sophie e Bert Hellinger, cuja encomenda muito me deixou honrada.
Os Bendittos nasceram da demanda de se criar uma contraparte masculina para essa proposta e podem ser feitos para estar em pé ou sentados.
A série “As Velhas” brinca com a conotação pejorativa que essa expressão sugere, nesses tempos de exacerbada
valorização da juventude. Com carinho e reverência, a proposta é destacar a importância do aprendizado recebido de nossas ancestrais, sua doçura, seu rigor, amor, sempre como uma proposta de não esperar a idade madura para expressar esses valores.
As Sacerdotisas resume um pouco de nossa pesquisa na história do sagrado feminino.
Os Orixás são o resultado de uma delicada pesquisa das religiões de matriz africana. Sua criação e produção envolve um mergulho devocional mais ampliado e esses só são criados sob encomenda.
As Fadas sintetizam nosso mergulho no mundo mágico e são relacionadas aos elementos da Natureza.
A iconografia de Brasília, assim como a de nosso País, nos oferece um sem número de possibilidades de criação:
A Candanga foi elaborada a partir de uma foto do Arquivo Nacional e é nosso tributo ao povo de coragem que construiu esta Capital Federal. A partir dela, também hoje se faz o Candango, com igual objetivo.
A Coletora de Flores do Cerrado foi concebida a partir de pesquisa realizada com as mulheres que coletam essas flores e produzem o maravilhoso artesanato típico de Brasília;
A Sinhá Laiá traz consigo a poesia e a magia do povo do Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, grupo folclórico que desenvolve um relevante trabalho de pesquisa e disseminação da cultura do Planalto Central.
A Marianja traz a nossa releitura dos anjos da Catedral de Brasília e, a exemplo desses, também são móbiles. Ela traz consigo um tema, tipo Marianja da Paz, do Amor, etc.
A Bordadeira de Planaltina resume a nossa homenagem ao grupo de mulheres bordadeiras daquela localidade e ao seu trabalho de tanto valor.
Existem ainda peças de abordagem ainda mais conceitual.
Na rotina da casa das Bendittas, não raro eu me deparo com demandas surpreendentes, que antecipam o gosto da aventura na amplidão do desafio. Foi assim ao construir um objeto cênico, um boneco de 1,90m, e também um casal compartilhando um mesmo laptop, para compor o cortejo do casamento de dois jovens românticos que gostariam de eternizar o momento em que se conheceram pessoalmente.
Em princípio, o desafio é sempre bem-vindo. Se você tem um sonho, vem falar sobre isso conosco