Quando nasci, ainda não se cultivava a ideia de que nascemos e vivemos para sermos felizes, algo muito comum de se entreouvir nos discursos de autoajuda atuais. O nascimento de uma pessoa era entendido como presente, uma oportunidade para, servindo, aprender o que mais importa: amar.
Essa assertiva tem permeado a minha vida, na medida do quanto consigo alargar as portas do meu coração. Apoiada nela, eu abracei a atividade de Parteira das Bendittas e, sob a mesma inspiração, nasceu F de fio, F de fada.
Assim como a alegria de uma laranjeira é ver seus frutos saboreados com gosto, eu fui presenteada recentemente pela oportunidade de ver florescer as sementes que foram colocadas em minhas mãos. Fada adentrou as portas e corações da Escola Classe 206 Sul, assim como as Bendittas o fizeram, cerca de cinco anos antes.
Um espaço colorido pela diversidade e fortalecido por um comando ancorado no amor, oferecendo ao meu trabalho o solo mais fértil que eu poderia sonhar. Um mês inteiro para mergulhar na história de Fada, tempo que me pareceu curto demais para produzir tanta boniteza. Painéis criados com criatividade onde o compromisso com a beleza esteve estampado com nitidez, reflexões nascidas de minuciosa leitura com o propósito claro de servir à vida. Tudo isso eu pude ver quando lá estive, por ocasião das atividades da semana da criança.
Assisti aos Shows de Talentos e presenciei crianças ensinando e professores aprendendo juntos. Fui desafiada em dois turnos de entrevista, que visitaram a minha alma e questionaram os limites de meus sonhos, ampliando minha perspectiva. Houve tempo para fotos, muitas risadas, surpresas e autógrafos permeados com declarações de um carinho gratuito, aquele tipo de carinho que só se encontra em almas cristalinas.
Era para ser uma celebração da semana das crianças. Mas eu saí de lá com a emoção de ter presenciado uma festa do dia dos professores, tanta coisa eu aprendi.
Escola Classe 206 Sul, vocês são a evidência de que a escola é muito mais do que o prédio onde ela se instala. Eu honro a existência de vocês como local de produção de conhecimento para a vida. E a todos eu dedico minha gratidão. Tomo para mim os exemplos bonitos que me ofereceram, como a arte de questionar com amor, a maestria de descobrir a grandeza das miudezas, o destemor de olhar a própria história de frente, reconhecendo os medos e seguindo em frente, mesmo assim. Vocês revigoraram meu propósito de seguir semeando com alegria. E será um privilégio continuar repartindo com vocês o que de melhor eu tiver a permissão de criar. Que todos vocês sigam livres e felizes, é o que eu posso desejar. Muito obrigada!
Maria Zi